24 julho 2011

Meu pai... Meu velho Capitão

É, meu velho Capitão...
Vejo você ai recostado
Olhando o mar, o infinito profundo.

Nas rugas de seu rosto cansado
Delineado o traçado
Das rotas navegadas...
Vivências e experiências passadas.
Mãos calejadas, marcadas
Pela condução da embarcação. Brancos cabelos como espumas do mar
É Pai, meu velho Capitão...
Quantas coisas a recordar.
Quantas lembranças, quantos ensinamentos.
Alegrias, desentendimentos,
Presenças e ausências.
Imagens
Aparências.

E, apesar de sermos diferentes aqui ou ali
É bom saber que juntos caminhamos
Vendo, ouvindo... como amigos sentindo.

Recordações de menino que um dia foi.
Brincadeiras, colegas de escola,
Tempo passado
Dos estudos, das dificuldades e das artes.
A adolescência, os namoros.
Cinema... o beijo furtivamente roubado.

É Pai, meu velho Capitão...
Como é grande a sua missão.

Bússola e sextante a nos guiar
Alertar, ensinar, amparar,
Proteger, repreender.
Archote na terra, no céu e no mar.

Porto seguro, mastro mestre da família.
Ao casar-se, de ser só filho deixou
A ser pai, também passou.
Trabalhou duro, suou, sofreu, criou
Fortunas que não são suas,
Carros que jamais dirigiu,
Sonhos que nunca viveu,
Anseios que sufocou...

É Pai, meu velho Capitão...
Como é grande a sua missão,
E por vezes nem dei conta da carga...
Mas lá em cima está tudo contabilizado.
Sabe Pai, não é fácil falar de você
Resta-me apenas te abraçar e olhando nos seus olhos,
Dizer-te de coração:

Muito obrigado Pai, meu querido amigo, meu velho Capitão!!!

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